segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Sola Scriptura I (Somente a Escritura)

Como já mencionei no post anterior, a partir de hoje, estarei comentando cada ponto do que se entende de “Os Cinco Pontos da Reforma e Os Cinco Pontos do Calvinismo”.

É claro que iniciarei com o primeiro e, creio ser o carro chefe de todos os outros pontos: “Sola Scriptura”, que significa “Somente a Escritura”. É a suprema norma para a doutrina e prática. Somente a Palavra de Deus é o juiz de toda a controvérsia existente. É ela a regra determinante para todos os aspectos de fé e vida.

É importante enfatizar que a autoridade da Bíblia está acima de todas as coisas, inclusive da igreja, ou seja, a igreja não confere autoridade à Palavra e, sim reconhece, assim como está escrito em 2Tm 3.16 “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”, enfatiza que ela procede do Senhor. Ora, se procede dEle, então é dever de todos submeter e reconhecer a sua autoridade. Não foi a igreja que formou a Bíblia e, sim esta que formou a igreja. É a Palavra que diz que o fundamento é ela mesma diante da igreja, conforme Efésios 2.20 (edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular).

A Palavra de Deus tem como centro o próprio Cristo, pois percorrendo por toda a Escritura nota-se enfaticamente o Messias, tanto no Antigo Testamento, que aguardava-se a vinda do Messias, o Mediador da aliança estabelecida com o povo de Deus, bem como no Novo Testamento, mostrando o comprimento daquilo que estava prometido: que Cristo veio para salvar a muitos. “Ele achou primeiro o seu próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias (que quer dizer Cristo), ” (João 1.41); veja também: At 2.36; At 18.28.

A regra de interpretação das Escrituras é histórico-gramatical. Entende-se, que o texto tem um único sentido, ou seja, procura-se saber o que o autor bíblico esteve em mente e, conseqüentemente, tirando o sentido natural e óbvio do texto (como qualquer texto, além da Bíblia, deve ser interpretado). E, compreende que a Escritura tem uma mensagem clara dirigida para o povo de Deus numa linguagem simples e que as parte difíceis são esclarecidas pelas outras mais simples, demonstrando que todas as partes da Palavra sempre estão em harmonia uma com as outras.

Portanto, assim como a locomotiva puxa os vagões, este princípio é fundamental para todos os demais. Menciono isso devido a grande importância que se tem em dar a primazia à Palavra de Deus, pois afinal, todo reformado submete-se à Bíblia, tendo-a como única regra de fé e prática. Toda a teologia formada provém da Escritura, assim como a prática em todas as áreas da vida de um reformado, inclusive na área de plantação de igreja (veremos as implicações de Sola Scriptura nesta área num próximo artigo). Aliás, é isso que deve ser, porque todo o cristão submete ao senhorio de Cristo, que diz: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim ” (Jo 5.39).

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